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Um projeto apresentado e selecionado pelo PROGRAMA MAIS CULTURA MICROPROJETOS - AMAZÔNIA LEGAL, Edição 2010. Com o objetivo de: Elaborar e Organizar um Inventário Histórico Social da Comunidade de Trabalhadores e Trabalhadoras Extrativistas da Reserva Extrativista de Ciriaco - Cidelandia - MA. A partir do registro do cotidiano dos moradores. Na quebra do coco, no labor da roça, nas festas religiosas, nas formas de lazer e outros costumes que compõem a identidade cultural da população tradicional. Esquadrinhado através da fotografia. A proposta foi elaborada e apresentada por Vanusa da Silva Lima (Vanusa Babaçu) pesquisadora sobre a Resex Ciriaco, Pedagoga e Fotógrafa Amadora.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

UM OLHAR SOBRE O CIRIACO

UM OLHAR SOBRE O CIRIACO
O sol ainda estava nascendo e os primeiros raios anunciavam o dia inédito que estava por vir. O destino era a Reserva Extrativista do Ciriaco, uma comunidade  localizada no município de Cidelândia-MA,  que vive da extração do coco babaçu na sua forma tradicional e preservacionista.
A princípio, o objetivo da visita era acompanhar Júnior Mendes, acadêmico do Curso de Direito da UFG, em um seminário sobre Direito Humanos e o Acesso à Terra, mas no transcorrer do dia percebi que a maior lição aprendida naquele local, não seria para aqueles jovens que se reuniram na sede da ATARECO - Associação dos trabalhadores agroextrativistas de reserva extrativista do Ciriaco, e sim para mim, professora da educação básica que aprendeu em um dia de convívio com aquelas pessoas, o que não pode captar em anos de estudo bibliográfico.
A comunidade do Ciriaco é muito simples e pacata, como muitas outras que devem existir nestes rincões maranhenses, formada por gente humilde e trabalhadora que sonha com um futuro melhor e que pouco conhece sobre a história deste lugar que os acolheu ou de onde nunca saíram.
O seminário ao qual fiz referência faz parte do Projeto da Pedagoga e fotógrafa Vanusa Babaçu, intitulado “Um inventário histórico e social da Comunidade de Trabalhadores Agroextrativistas da Reserva Extrativista do Ciriaco”, onde os jovens da comunidade, embasados pelo conhecimento adquirido em vários seminários, deverão conhecer um pouco mais sobre suas origens e da localidade em que vivem, para que assim possam conhecer e reconhecer sua própria identidade e consequentemente elaborar o inventário a que se propõe o projeto, através de fotografias.
Durante o dia, a juventude participou ativamente do seminário, que em muitos momentos, transformou-se em uma conversa agradável e informal, onde todos compartilhavam suas experiências, seus anseios e seus sonhos de um futuro diferente para si e para o Ciriaco.
Durante o almoço simples, mas saboroso, na casa dos jovens que nos recebiam, tive um acolhimento repleto de calor humano e de lições de vida. Ouvir as histórias daquelas pessoas que tanto tinham a ensinar, fez-me ver como este país precisa valorizar sua gente. Após o almoço, o balançar na rede para cesta embalada pelo vento que agitava os babaçuais despertou em mim muita paz de espírito, o estresse urbano dissipou-se naquele momento.
 No turno da tarde, o calor tipicamente maranhense nos convidou para a beira do brejo, fomos para o ponto de lazer mais apreciado pelos moradores locais, o “Mastigado da Jumenta”, onde pude perceber a identificação da comunidade com o ambiente, todos se sentiram muito mais à vontade ali.
Muitos questionamentos foram colocados, pude perceber o quão aqueles jovens anseiam por conhecimento e ao mesmo tempo como já têm o que ensinar, apesar da pouca idade.
Fui agraciada com lições de como é a vida em uma comunidade, onde todos se conhecem pelo nome, onde todos se cumprimentam, compartilham dos mesmos problemas e dos mesmos sonhos, discutem e divergem também, mas que acima de tudo se respeitam. Trouxe de Ciriaco uma bagagem bem maior do que a que levei, repleta de respeito por aquelas pessoas, de admiração pela maneira com que enfrentam a vida e de ternura pelas palavras de uma juventude tão sensível que é capaz de exprimir em poesias, o cotidiano que lhes cerca.
Ciriaco me deixou saudades, espero em breve poder retornar!

Sheryda Lila de Souza Carvalho
Professora de geografia (IFMA)
Acadêmica de Direito (UFMA)

sábado, 13 de agosto de 2011

Outros elementos pelo olhar de Junior Mendes




UM INVENTÁRIO HISTÓRICO E SOCIAL DA COMUNIDADE DE TRABALHADORES AGROEXTRATIVISTAS DA                                           RESERVA EXTRATIVISTA DO CIRIACO
SEMINÁRIO DIREITOS HUMANOS E ACESSO À TERRA
RESERVA EXTRATIVISTA DO CIRIACO – CIDELÂNDIA-MA
BREVES COMENTÁRIOS SOBRE A PROPOSTA E EXECUÇÃO DO SEMINÁRIO
“Mas, talvez, esse seja o sentido transformador da tradição: abrir passagens no tempo, tirar a história do esquecimento e do oculto, recordar e manifestar fragmentos daquilo que um dia se perdeu, enunciar o ainda não realizado.”

Heloisa Maria Murgel Starling, UFMG, 2006.

Cumpre, de início, esclarecer que a referida atividade tratou-se de estudo coletivo relacionado à temática dos Direitos Humanos e do Acesso à Terra na perspectiva da questão agrária brasileira, esta integrada, também, pelas Unidades de Conservação e pelo contexto agrário da Região Tocantina. Foi realizado um momento de estudo e reflexão com o desígnio de aliar o conhecimento acerca de alguns estatutos jurídicos com elementos sociais (e jurídicos) da RESEX do Ciriaco, bem como um diálogo sobre o rol dos Direitos Fundamentais (art. 5º, CF/88) e dos Direitos Sociais (art. 6º, CF/88), aventado através das figuras jurídicas da posse e da propriedade, dando destaque ao Direito à terra e ao instituto da Posse Agroecológica.
Quanto a isso esclareça-se:
Direitos Humanos: conjunto de direitos fundamentais para a existência e desenvolvimento digno da pessoa humana.
Acesso à Terra: direito humano que traduz a satisfação de necessidades básicas dos cidadãos e cidadãs, o qual constitui-se em “porta de entrada” para outros direitos humanos, quais sejam: Moradia, Alimento, Trabalho, Bem Estar Social, Cidadania, Educação, Saúde, etc.
Posse Agroecológica: forma pela qual um grupo de famílias camponesas (ou uma comunidade rural) se apossa da terra, levando em consideração neste apossamento as influências sociais, culturais, econômicas, jurídicas e ecológicas. Fisicamente, é o conjunto de espaços que inclui o apossamento familiar conjugado com área de uso comum, necessários para que o grupo social possa desenvolver suas atividades agroextrativistas de forma sustentável (BENATTI, 2010, p. 115).
O Seminário visou, através de tal diálogo, demonstrar a existência e a importância do caráter plural dos apossamentos tradicionais, de modo a relacioná-los às mais diversas concepções jurídicas oriundas da prática comunitária e dos movimentos sociais do campo. E por meio desse momento, buscou-se, portanto, interrelacionar a identidade e o conhecimento/experiência advindos cotidianamente no espaço sócio-político da Reserva Agroextrativista do Ciriaco.
Outro aspecto levantado, na aludida atividade de estudo coletivo, decorreu de breve explanação sobre o atual cenário político-agrário brasileiro, respectivamente na Região Amazônica, o qual é constituído basicamente pela Concentração Fundiária (grandes propriedades de terra improdutivas e não preservadas); Regularização Fundiária (Assentamentos de Reforma Agrária – estaduais e federais); e a Regularização dos Apossamentos Tradicionais (Comunidades Extrativistas e Agroextrativistas – Quilombolas, Babaçueiros, Seringueiros, Ribeirinhos, etc.). Valendo assinalar que se procurou fazer menção sobre a legislação brasileira atinente ao meio ambiente e às Unidades de Conservação – esta sob a égide da Lei nº 9.985/00, que regulamenta o art. 225, §1º da CF/88 e institui o Sistema Nacional de Unidade de Conservação – SNUC.
Finalmente, foi realizado um “bate-papo” sobre a percepção dos (e das) participantes do Seminário, acerca da realidade da RESEX do Ciriaco e as perspectivas da juventude quanto ao espaço comunitário e sua visão sobre o futuro e aquilo que deve ser melhorado a curto e médio prazo em favor da coletividade ali presente. Como eixos de discussão, a partir de algumas das reivindicações levantadas no trabalho desenvolvido pelo Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia na Comunidade do Ciriaco em 2008, foram sugeridos os seguintes pontos: (i) a atividade sustentável na RESEX do Ciriaco; (ii) o projeto da escola agroextrativista; (iii) a escola de informática; (iv) o beneficiamento e o acesso dos produtos da Comunidade do Ciriaco ao mercado; (v) formação profissional e atividade de trabalho e geração de renda para os (e as) jovens da Comunidade. 
UM POUCO DO ESPAÇO E DA COMUNIDADE DO CIRIACO
            Cada comunidade camponesa guarda consigo seus pontos característicos específicos e, de tal forma, sua identidade enquanto grupo social único. Sua gente e suas expectativas de vida, são abalizadas por um ideal que diz respeito à sobrevivência e continuidade com melhores condições de existência. E nesse todo,  o conhecimento da realidade comunitária jamais poderá se traduzir numa mera “visita”, mas somente através de atos como sentar, ouvir, conversar, aprender, fazer junto, podemos sentir e compreender verdadeiramente sobre a multiplicidade de identidades coletivas.
              Na Comunidade do Ciriaco, apesar de tantas dificuldades, ainda se preserva a forma tradicional de acesso e uso da terra e dos recursos naturais, numa expressão reveladora do direito das quebradeiras de coco babaçu de viver a diferença, o qual é efeito de sua afirmação enquanto sujeito de direitos. O número de famílias – presente ali há várias décadas – demonstra o quanto aquela comunidade persiste  numa luta por sobrevivência, bem como, o quanto é legítima sua presença e sua contribuição para a sociedade em geral.
            Um simples almoço (na doce casa de Zilma e na companhia da inconfundível Maura) ao tempero do famigerado azeite de coco babaçu (o mais conhecido dentre os seus derivados), denota o suor e o prazer que o trabalho duro na quebra do coco babaçu apresenta como forma de sobrevivência principal  e orgulho firme no ambiente camponês dos babaçuais maranhenses.
            Não obstante o sabor da comida do fogão a carvão ou lenha, é formidável o afago familiar proporcionado nas residências. Porquanto é comum se confundir com a figura de “filho” durante a estadia em qualquer dos lares do Ciriaco.
            A beleza natural do Ciriaco, com o predomínio de palmeiras de babaçu, fornece mais realce à receptividade e a gentileza da comunidade. Onde vale registrar o Mastigado da Jumenta, enquanto espaço intimamente ligado ao ambiente comunitário, e que tanto chama atenção por sua exuberância física e localização.
A juventude que participou da atividade, tomou parte de todo o momento e fez deste um espaço de ensinamentos com sua presença e intervenção construtiva. A afeição ao debate e a vontade de conhecimento são pontos marcantes na participação jovem do Ciriaco que, notadamente, intercala suas intervenções com proposições de medidas que gerem a melhoria da qualidade de vida de todas (e todos). Algo que impressiona, não pela mera citação de “coisas que faltam”, mas, sobretudo, pela facilidade e pela precisão demonstrada em cada fala, deixando claro o quanto elas (e eles) observam bem o espaço em que vivem e o que necessariamente precisam para ter eficácia no caminho por uma vida muito mais digna.
Elas e eles (jovens do Ciriaco) formam um conjunto de pessoas preocupadas com o que virá pela frente e como isso virá. Não demonstram, em momento algum, ter vontade de migrar em busca de outras oportunidades em outros locais (ainda que isso acabe ocorrendo de forma inevitável), mas antes de tudo, flamejam seu interesse comum de criar condições de vida ali mesmo, aspirando concretizar no Ciriaco tudo aquilo que precisam, e que jamais tiveram, para dar mais qualidade ao meio em que estão: formação profissional, trabalho, renda digna, etc.
Ir ao Ciriaco é receber, de imediato, uma renovação explícita do convite para retornar e contribuir com informação novamente. É incessante o anseio daquela juventude por oportunidades de conhecer e fazer uso daquilo que obteve, bem como é vasto o terreno de inquietações, informações e ensinamentos que elas (e eles) despejam sobre quem se dispõe a ouvi-los.
Uma vez mais, ressalte-se a vontade de conhecimento por parte da juventude do Ciriaco!
A elas e eles (os jovens do Ciriaco) minhas mais sinceras homenagens e total disposição para retornar o quanto antes!
SOBRE A VALIDADE DO PROJETO “UM INVENTÁRIO HISTÓRICO E SOCIAL DA COMUNIDADE DE TRABALHADORES AGROEXTRATIVISTAS DA                                           RESERVA EXTRATIVISTA DO CIRIACO” E SUA CONDUÇÃO
             A idéia de fazer um inventário histórico e social da RESEX do Ciriaco evidencia uma atitude de profundo compromisso com a luta do povo camponês, pois a partir dele (do inventário) se visualiza o fato e as razões da existência de um povo, ou seja, se entende, distintamente, quem são os povos em suas peculiaridades coletivas. Não se procura com isso, saber o que é melhor para uma determinada comunidade, contudo se objetiva fazer com que a própria comunidade se identifique e tenha uma noção mais nítida do que ela (a comunidade) é, e do que quer para si mesma.
            O delineamento do projeto, ora em andamento, exerce papel essencial no apoio a novas, e cada vez mais contundentes, iniciativas com a finalidade de alcançar o que a comunidade pretende, já que ela passa a enxergar melhor quem ela é, e conseqüentemente, poderá fazer uso desse acúmulo para postular a implementação de políticas públicas e  dar andamento a mais projetos de seu interesse e necessidade.
            Um trabalho com tal dimensão e envergadura, pressupõe certa dose de ousadia e dedicação de quem o idealiza, pois parte de uma ascendência popular e militante. Outro ponto imprescindível é a construção conjunta desse acontecimento com aqueles e aquelas que serão sujeitos ativos nessa caminhada, no caso, a coletividade do Ciriaco.
            Com o ideal de se fazer jus ao competente atrevimento do qual se está a fazer referência, devem constar aqui os convenientes elogios a pessoa de Vanusa da Silva Lima (nossa querida Vanusa Babaçu), por sua pertença e atitude convictas na elaboração e implementação de tantas alegrias em meio aos babaçuais por onde passa e finca seu sentimento no chão, com os pés descalços. Deixando sempre vivo, que na condução de suas ações de luta pelos povos do campo, encontra-se o próprio povo.
            Do povo, com o povo, e para o povo, sigamos!

A Babaçu

 

http://www.jornalcorreiopopular.com/?p=12024&fb_ref=.TjxFxyxv6PA.like&fb_source=profile_oneline

“Aqui tem muito coco babaçu. É uma forma de dizer que sou do Maranhão”.

É a explicação que a pedagoga Vanusa da Silva Lima dá para o nome de carreira, Vanusa Babaçu. Com 42 anos de idade, há apenas seis ela começou a fotografar e, acredite, não foi com a intenção de seguir carreira: “Foi durante a pesquisa para a minha monografia. Eu saia para pesquisar e nem sempre dava para anotar tudo, então comecei a registrar em fotos para quando eu chegar aqui lembrar o que tinha visto”.
Ela afirma que durante esse trabalho construiu um acervo grande de fotografias sobre quebradeiras de coco em todo o Maranhão. Foi quando o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Cocos, MIQCB, começou a procurá-la em busca dos registros que ela conseguiu fazer. A partir daí começou a se preocupar com a parte técnica da fotografia. “Fotografia é o flagrante da realidade. Depois que a foto é feita, já era. O que foi registrado não tem mais jeito. Pode até fazer outra foto da mesma cena, mas não é igual. Fotografia é a essência.” O acervo que possui tem cerca de 15 mil fotografias. “São as que achei interessante guardar.”
Há apenas seis anos na área, a fotógrafa social já foi convidada para fazer curadoria em seis exposições e já apresentou os trabalhos em várias cidades do Maranhão, inclusive a capital São Luis. Hoje Vanusa realiza cursos de fotografia, pensa e põe em prática vários projetos, sempre envolvendo foto. Na semana passada passou cinco dias com os índios da aldeia Gavião registrando o ritual fúnebre que eles realizam. O talento da mãe passou para a filha Isabel Maria Lima. Com apenas 13 anos, a menina conquistou o segundo lugar na categoria colorida do Concurso de Fotografia e Artes Plásticas dos 159 anos de Imperatriz.
“Gosto de fotografia, mas não tenho muito jeito para ser fotografada. Agora já estou mais acostumada”, confessa Babaçu.

Hemerson Pinto

Virando Noticias

http://www.jornalcorreiopopular.com/?p=15786


Pesquisa registra a labuta de famílias que vivem de atividades extrativistas

  1. A fotógrafa e pedagoga Vanusa Babaçu abriu a porta de sua casa-oficina ao Correio Popular para falar sobre um dos seus projetos, o Inventário Histórico-Social de Trabalhadores Agroextrativistas da Reserva Extrativista de Ciriaco, em Cidelândia, Maranhão. O projeto foi apresentado ao Programa Mais Cultura Microprojetos – Amazônia Legal, e aprovado pelo Ministério da Cultura.
A idéia foi registrar o cotidiano dos moradores, na quebra do coco, no trabalho da roça, nas festas religiosas, os momentos de lazer e os costumes que formam a identidade cultural da população tradicional. Tudo isso capturado em fotografias para servir como registro histórico para a própria comunidade e como fonte de pesquisas para escolas, universidades e a quem mais interessar. “O objetivo é contar a história deles através de uma cartilha montada com fotografias e depoimentos dos moradores”, explica a pesquisadora.
Vanusa está envolvida no desenvolvimento de um projeto idêntico, realizado no povoado Pifeiros, em Amarante do Maranhão, sob a responsabilidade da amiga Maria José Lopes Barros. Pifeiros está em um município que recebeu notoriedade nacional pelo grande foco de desmatamento. Lá residem 54 famílias das quais, segundo dados do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco, MIQCB, cinquenta e uma sobrevivem da quebra do coco babaçu. Essa atividade se desenvolve no interior das comunidades rurais do Maranhão como complemento da renda familiar. Os jovens participam ativamente dessa tarefa, que começa na infância e acaba por ser executada durante toda a vida. “É um trabalho interessante. Os mais velhos contam coisas que a maioria da comunidade não sabe. Os mais novos se encarregam de colher os depoimentos e escrever, e nós ficamos orientando para depois revisar”, diz Vanusa.
Para realizar o trabalho, as pesquisadoras precisam passar dias visitando a comunidade e convivendo com os moradores em busca do momento certo do registro. Vanusa Babaçu garante que “o resultado é gratificante”. Quantos as dificuldades? A maior delas é o tempo de espera entre o envio do projeto ao Ministério da Cultura e a chegada dos recursos. O projeto do Estudo sobre Pifeiros foi enviado em junho do ano passado, aprovado em outubro e a verba, R$ 13 mil, só chegou em abril de 2011. Elas precisam correr contra o tempo para finalizar o trabalho até o prazo determinado pelo Governo Federal, outubro desse ano. Enquanto isso, fotos e mais fotos.

Hemerson Pinto

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Estudando na beira do Brejo


Mastigado da Jumenta, é o local que todos os moradores de Ciriaco e adjacências reúnem-se para divertissem na margem do brejo Andirobal.
No sábado dia 06 de agosto, foi outro vez tempo e hora de um novo encontro, com o objetivo de estudarmos um pouco mais sobre quais elementos importantes vamos abordar no nosso inventário, que vai conta com a contribuição de cada jovem que se inseriu no projeto patrocinado pelo Ministério da Cultura,  de responsabilidade da Fundação Nacional das Artes. FUNARTE.
O tema abordado foi DIREITOS HUMANOS E O ACESSO À TERRA. Ministrado por Junior Mendes eximo conhecedor do assunto. Haja vista que o mesmo integra o Coletivo de Direitos Humanos do MST, e é assentado no PA Califórnia na vizinha Açailandia.
Tivemos ainda, como convidada e observadora a Professora do IFMA, da área de meio ambiente, e também do Direito, contribuiu imensamente para o entendimento do tema. Dialogou sobre a possibilidade de um intercambio com seus alunos do curso de meio ambiente e os jovens de Ciriaco, o que seria uma experiência impar para todos os envolvidos. Estamos aguardando.

A escolha do local se deu por vários motivos:  Decidimos fazer o trabalho bem diferenciado e itinerante dentro da área da Resex.  Observar o local, qual a interferência dos moradores, como esta sendo cuidado, ou não pelos que se aproveitam do espaço, como o órgão gestor se coloca frente ao empreendimento, que os jovens fizeram questão de grifar, já é uma aula de geografia.
 O calor da tarde foi outro elemento salutar para aderirmos ao bar do Justino Colodino, que ficou o tempo inteiro escutando o dialogo, assim como sua esposa Pepita que bordava ali do lado e ouvia atentamente cada palavra.
A participação da juventude a cada encontro é superada, sempre uma bela surpresa. No encontro anterior foi solicitado um texto sobre COMO VIVER EM UMA AREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL,  todos trouxeram e explanaram seus pontos de vista.  Os textos ao meu olhar são respeitáveis para o nosso trabalho e que serve inclusive como avaliação do tarefas desenvolvidas.
Destaque para a construção do texto do participante Luciano Colodino, que por ainda não ter idade pra participar diretamente do projeto é nosso convidado especial e contribuiu com a construção de um belíssimo poema descrevendo o viver em CIRIACO. O mesmo leu o trabalho para todos.  O texto será postado em breve aqui na nossa pagina, aguardem. E nos envie seus comentários por favor.
Quaisquer tanto de agradecimentos são poucos para dizer quanto foi bom a participação de Junior Mendes, na realização desse trabalho. De forma que simbolizamos com um grande muito obrigado.

Mastigado da Jumenta, é o local que todos os moradores de Ciriaco e adjacências reúnem-se para divertissem na margem do brejo Andirobal.
No sábado dia 06 de agosto, foi outro vez tempo e hora de um novo encontro, com o objetivo de estudarmos um pouco mais sobre quais elementos importantes vamos abordar no nosso inventário, que vai conta com a contribuição de cada jovem que se inseriu no projeto patrocinado pelo Ministério da Cultura,  de responsabilidade da Fundação Nacional das Artes. FUNARTE.
O tema abordado foi DIREITOS HUMANOS E O ACESSO À TERRA. Ministrado por Junior Mendes eximo conhecedor do assunto. Haja vista que o mesmo integra o Coletivo de Direitos Humanos do MST, e é assentado no PA Califórnia na vizinha Açailandia.
Tivemos ainda, como convidada e observadora a Professora do IFMA, da área de meio ambiente, e também do Direito, contribuiu imensamente para o entendimento do tema. Dialogou sobre a possibilidade de um intercambio com seus alunos do curso de meio ambiente e os jovens de Ciriaco, o que seria uma experiência impar para todos os envolvidos. Estamos aguardando.

A escolha do local se deu por vários motivos:  Decidimos fazer o trabalho bem diferenciado e itinerante dentro da área da Resex.  Observar o local, qual a interferência dos moradores, como esta sendo cuidado, ou não pelos que se aproveitam do espaço, como o órgão gestor se coloca frente ao empreendimento, que os jovens fizeram questão de grifar, já é uma aula de geografia.
 O calor da tarde foi outro elemento salutar para aderirmos ao bar do Justino Colodino, que ficou o tempo inteiro escutando o dialogo, assim como sua esposa Pepita que bordava ali do lado e ouvia atentamente cada palavra.
A participação da juventude a cada encontro é superada, sempre uma bela surpresa. No encontro anterior foi solicitado um texto sobre COMO VIVER EM UMA AREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL,  todos trouxeram e explanaram seus pontos de vista.  Os textos ao meu olhar são respeitáveis para o nosso trabalho e que serve inclusive como avaliação do tarefas desenvolvidas.
Destaque para a construção do texto do participante Luciano Colodino, que por ainda não ter idade pra participar diretamente do projeto é nosso convidado especial e contribuiu com a construção de um belíssimo poema descrevendo o viver em CIRIACO. O mesmo leu o trabalho para todos.  O texto será postado em breve aqui na nossa pagina, aguardem. E nos envie seus comentários por favor.
Quaisquer tanto de agradecimentos são poucos para dizer quanto foi bom a participação de Junior Mendes, na realização desse trabalho. De forma que simbolizamos com um grande muito obrigado.


Vanusa Babaçu
Responsável pelo projeto


Seminario de Direitos Humanos - Facilitador Junior Mendes






Ponto de vista do professor Jagno Nepomuceno


Jovens da RESEX Ciriaco participam de oficina para a construção de Inventário Histórico-Social.


O evento ocorreu no dia 30 de Julho de 2011 no Povoado de São Domingos, Município de Cidelandia-MA e contou com a participação de aproximadamente 20 jovens de 18 a 27 anos das comunidades que  estão inseridas no perímetro da RESEX Ciriaco ou em seu entorno.Estiveram presentes também Vanusa Babaçu, organizadora do projeto, e pelos servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, Euvaldo Pereira da Silva e pelo Analista Ambiental Jose Jagno Rodrigues Nepomuceno que, na ocasião, foi quem conduziu a oficina.
 A oficina realizada no ultimo dia 30 constitui parte da programação para a construção de um Inventario Histórico-Social da Reserva Extrativista do Ciriaco, projeto da autoria da senhora Vanusa Babaçu, com aprovação junto ao Ministério da Cultura e que conta com a parceria do Instituto Chico Mendes, através do Núcleo de Gestão Integrada de Imperatriz-MA.
A oficina teve como objetivo aproximar a comunidade jovem da RESEX buscando um olhar diferenciado sobre a Unidade Conservação e os problemas ambientais locais. Os principais temas discutidos foram: a importância do ICMBio na proteção da biodiversidade, Unidades de Conservação, Amazônia Legal,  Resex Ciriaco, Zona de Amortecimento e Leis do babaçu livre.O encontro contou também com  produção textual, na forma de prosa e versos, traduzindo o olhar dos jovens acerca da RESEX Ciriaco, bem como leitura e interpretação de textos sobre  problemas ambientais locais.



Durante os trabalhos foram exibidos alguns vídeos que retratavam o cotidiano das quebradeira de coco babaçu, bem como imagens que revelavam diferentes aspectos ligados a RESEX Ciriaco.Na ocasião o publico jovem se mostrou bastante entusiasmado com o projeto e com a participação na oficina.



segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Mais um momento de encontro das atividades do Projeto que vai descrever sobre o viver dos moradores das comunidades pertencentes à Reserva Extrativista de Ciriaco e seu entorno.




 O inicio das atividades se dá com a participação das convidadas Nara Sanaelia e Débora Sampaius com uma mística que objetivou levar todos os presentes à uma reflexão sobre o fazer desse projeto. Embasado numa palavra escrita em uma pétala que no final construiu um grande girassol que se tornou adorno do ambiente durante todo o desenvolvimento do trabalho.
O povoado que nos acolhe, é denominado de São Domingos, Domingão que perpetua o nome do primeiro a chegar pra aquelas bandas. Antecede a comunidade de Ciriaco, o mesmo por se localizar bem próximo a sede do município já tem algumas características citadinas, com ruas asfaltadas, bloquetadas  e seus moradores exibem orgulhosamente seus celulares que serve também para interromper vez por outra a reunião. As moradias estão dispostas uma do lado da outra nas duas margens da estrada do arroz.  Vale ressaltar que é em São Domingos que o vento faz a curva e leva a estrada rumo ao rio Tocantins, e logo se alcança o povoado Ciriaco e Alto Bonito, e por fim Viração com suas praias de rio, bem visitadas no momento inclusive por turistas, vizinhos da região.

No encontro de hoje, uma presença de destaque a Sra: Antonia filha de seu Domingos, o morador que assituou a comunidade. Além das presenças de Debora, professora da rede municipal de Imperatriz e Nara, pedagoga e professora no assentamento Nova Conquista, em Açailandia, MA.
O espaço cedido para acolher os participantes, é a escola  Estela Lemos com suas paredes verdes. 

Diante da realidade que vive os moradores da resex Ciriaco, faz se importante ressaltar um tema salutar, o Seminário Temático aborda: AMAZONIA LEGAL, EU ESTOU NESSE MAPA? O município esta inserido nessa importante área social geografia, no entanto nem todos têm conhecimento disso. Outro assunto enfatizado são as Unidades de Conservação Federal. Sendo ao nosso ver, importantes essas informações ainda  acrescentamos ao tema estudado Reserva Extrativista  e sua forma de viver, nessas áreas preservadas.
O almoço é partilhado nas casas dos participantes da comunidade de Domingão, que acolhe o encontro, haja vista que é um acordo feito por todos os participantes.  A tarde é dinâmica, o tema abordado teve a explanação com muita propriedade pelo Analista Ambiental Jagno Nepomuceno, utilizando recursos áudio visuais data show, filmes, mapas, livros direcionados, textos bases etc. elementos que balizaram a participação de todos através de devolutiva dos trabalhos de grupos que de forma dialogada fizeram leituras de textos e apresentaram suas resenhas para todos.


O objetivo do projeto também foi lembrado, através da apresentação de um filme estrelado por Claudeane que fala da sua impressão inicial sobre a importância desse projeto.
Para finalizar nosso encontro desse fim de semana, o geógrafo Jagno lança um desafio: Todos os participantes devem trazer no próximo encontro um texto descrito como se percebem vivendo dentro de uma unidade de conservação federal, A reserva Extrativista de Ciriaco.

Vamos aguardar, 

Texto de Vanusa Babaçu

Dia 16 de julho - Ciranda de apresentação de perfil individual de participantes

Associação do Trabalhadores de Ciriaco
Banner de divulgação do Proejto

Mistica de boas vindas
para todos os participantes - Josi - jovem contemplada pelo projeto

jovens da comunidade de Viração 

Luciano - Jovem de Ciriaco 6 fazendo sua aprsentação pessoal

Apresentação através da fotografia

Dona Helena, moradora antiga de Criaco que compareceu para prestigiar o projeto

Isabel resposavel pelo  acervo digital do projeto

As atividades do MICROPROJETO

As atividades do MICROPROJETO, financiado pelo Ministério da Cultura direcionado para a Reserva de Ciriaco, estão em andamento. As comunidade que serão contempladas para compor o publico sugerido pelo projeto, todas já forma contatada. Pra esse fim contei com a importante parceria do ICMbio, que disponibilizou transporte e pessoal (Euvaldo, Daniela e Jagno) e por último ainda o referido projeto divulgou o grande encontro com todos os envolvidos através de convites individuais, cartazes e divulgação em programa de grande audiência na região.
De forma que, a data prevista para dar inicio aos trabalhos com o publico jovem é dia 16 de julho e a comunidade que vai receber e acolher os jovens é o povoado Ciriaco, que está situado no centro da Reserva Extrativista de Ciriaco.
De acordo com conversas iniciais e de bastidores cada comunidade deseja receber os jovens das comunidades envolvidas para ali se fazerem presente em um circulo de troca de saberes intercâmbios importantes para um maior entrosamento entre os jovens, e claro também do público mais velho, que terá uma contribuição salutar para que o projeto tenha êxito em seus objetivos que é contar sua historia, passada e presente registrada através da fotografia.  
Cabe salientar que os jovens serão instruídos para esse fim, através de estudo direcionados, oficinas, seminários, vivencias, e pesquisa de campo, de certo que no final desse projeto o acervo fotográfico construído pelos participantes, tenha ali a marca, o olhar individual de cada um e que esse olhar vá de encontro com o grande coletivo que é construir o “Inventário Histórico e Social da Reserva de Ciriaco.
Confesso que estou ansiosa para ver esse grande encontro, o que cada um vai trazer na sua bagagem para contribuir e o quanto vamos aprender juntos.

Vanusa da Silva Lima
Responsável pelo Projeto